O baterista mais rápido do mundo é um ciborgue
Um acidente deixou este músico com um braço. Agora ele está ajudando a criar tecnologia futura para outras pessoas com deficiência.
NARRADOR: Este é o primeiro baterista biônico do mundo. Ele é o baterista mais rápido do mundo. Ele também é um pioneiro em próteses. Ele está tentando controlar esses dedos robóticos com sua mente.
JASON BARNES: Vamos, cara. (bip) você.
ZACH: Você não está fazendo isso. Eu sou.
BARNES: Vamos, Zach.
ZACH: Estou trabalhando nisso, cara.
BARNES: O que está acontecendo, cara?
ZACH: Eu estou trabalhando nisso.
NARRADOR: Aquele cara ajudando é Zach, um estudante de graduação na Georgia Tech.
BARNES: Está funcionando agora.
NARRADOR: O objetivo de tudo isso? Para fechar a lacuna entre o homem e a máquina. Isso é muito legal.
NARRADOR: Para Jason Barnes, música é vida.
BARNES: O que a música faz por mim, eu acho, é o que as drogas fazem pela pessoa comum. É uma espécie de fuga e liberação para mim. Sou músico desde muito jovem. Cresci vendo meu pai tocar guitarra. Desde então, a bateria tem sido minha paixão.
Infelizmente, quando eu tinha 22 anos, me envolvi em um acidente elétrico no trabalho.
NARRADOR: Um transformador explodiu e o chocou com 22.000 volts de eletricidade, queimando-o gravemente. Ele e seus médicos tomaram a difícil decisão de amputar seu braço.
BARNES: Senti na época que havia perdido tudo o que tenho, no que diz respeito a ser músico. É completamente devastador, especialmente quando essa é a sua vida inteira e é tirada de você. Algo assim pode potencialmente ser o fim do seu mundo.
NARRADOR: Mas, de certa forma, Jason estava apenas começando.
BARNES: Eu tirei minha bateria da garagem e prendi a baqueta no meu toco. Ainda tinha curativos e tudo, e começou a tocar bateria. Naquele exato momento, foi um ponto de pressão para eu aceitar o que tinha acontecido e tentar fazer algo com isso.
NARRADOR: Ele estava se tornando um músico biônico, então a próxima coisa que Jason fez foi construir uma prótese personalizada para tocar bateria. E eles funcionaram muito bem, mas então ele descobriu isso. Este músico robô está realmente improvisando. É ouvir e responder em tempo real, como um ser humano.
GIL WEINBERG : Sempre me empolguei em criar algo novo, que me inspire e surpreenda.
NARRADOR: Esse é o criador do robô, Gil Weinberg.
WEINBERG: Estou tentando criar robôs que vão realmente fazer você chorar, que vão explodir sua mente, enviar arrepios na espinha.
NARRADOR: Gil ouviu falar de Jason.
WEINBERG: Recebi um e-mail de alguém que dizia: 'Conheço um baterista amputado e ele precisa de um braço robótico para tocar música'. Fiquei imediatamente interessado.
NARRADOR: E Gil e Jason se uniram.
WEINBERG: Estou muito animado com a ideia do aumento humano, sobre trazer a tecnologia para o corpo e permitir que as pessoas explorem coisas que não podiam antes.
NARRADOR : Gil equipou Jason com este braço robótico, e ele pré-programou algumas batidas de drogas nele. Isso permitiu que Jason fizesse isso. E só para ficar claro, isso não é humanamente possível. Ele está fazendo 40 golpes por segundo. Isso é o dobro com um braço do que qualquer humano poderia fazer com dois. Mas o verdadeiro desafio era como fazer com que Jason controlasse totalmente um braço de robô como este com sua mente. Primeiro, eles usaram uma tecnologia chamada EMG.
WEINBERG: EMG significa eletromiografia.
NARRADOR : EMG lê sinais elétricos dos músculos do braço de Jason. Esses sinais começam em seu cérebro. Isso permite que ele faça alguns movimentos básicos apenas pensando nisso.
BARNES: Isso foi uma virada de jogo. Quer dizer, não tínhamos ideia de que iria funcionar tão bem quanto da primeira vez que o coloquei. Foi alucinante.
NARRADOR: Mas para dar a Jason ainda mais controle, eles precisam de um sinal mais forte e claro dos músculos de seu braço, então eles estão tentando algo novo.
ZACH: É aqui que toda a pesquisa de ultrassom e mágica acontecem.
NARRADOR: Eles estão usando a tecnologia de ultrassom para ajudar os sensores a ver os sinais que Jason está enviando com muito mais clareza. De novo, primeiro de seu cérebro, depois para seus músculos, depois para o braço do robô. Se funcionar, ele será capaz de controlar cinco dedos robóticos diferentes com sua mente, como se fosse sua mão.
ZACH: Bah, bah-
BARNES: Esse é o dedo anelar
ZACH: ... e então ele abre.
BARNES: Esse é o polegar?
ZACH: Polegar, sim.
BARNES: Índice, dedo médio, dedo anular, mindinho.
NARRADOR: Esta tecnologia de ultra-som devolveu a Jason o que ele perdeu. Ele e a equipe estão abrindo caminho para que os amputados recuperem as funções novamente.
BARNES: Não pensei que estaria onde estou agora, especialmente depois do meu acidente. Eu mal sabia que cinco, seis anos depois, estaríamos prestes a desenvolver algumas das melhores tecnologias para amputados. Como alguém poderia prever algo assim?
NARRADOR: Para Jason e Gil, este é apenas o começo. Eles querem continuar com o ultrassom.
WEINBERG: Estamos realmente interessados em tentar colocar tudo junto em um braço independente que pode viajar e trazê-lo do laboratório para o mundo.
BARNES: Por que parar aqui? Por que não tentar torná-lo melhor? Imagine se desenvolvêssemos essa tecnologia e a tornássemos prontamente disponível para pessoas comuns e amputados do dia a dia ou para alguém com deficiência.
WEINBERG: No final das contas, trata-se de tentar coisas novas e questionar tudo, permitindo que as pessoas com deficiência mostrem que não só não são deficientes, como também são supercapazes.
- Conheça o primeiro baterista biônico do mundo. O músico de rock Jason Barnes perdeu o braço em um terrível acidente ... e então ele se tornou o baterista mais rápido do mundo.
- Com a ajuda de Gil Weinberg, professor da Georgia Tech e inventor de robôs musicais, a dupla utilizou a eletromiografia e a tecnologia de ultrassom para quebrar recordes musicais.
- Weinberg e Barnes esperam aperfeiçoar a tecnologia para que um dia possa ser usada para ajudar outras pessoas com deficiência a perceber que 'elas não apenas não são deficientes, mas também são super capazes'.
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