Nada humano é estranho para mim
Olhando para a imigração no passado, ficamos imaginando o que teria acontecido se nossos ancestrais não tivessem sido bem recebidos em suas novas terras.Terêncio respondeu ao vizinho, que lhe disse para cuidar da sua vida: Homo sum: humani nihil a me alienum puto. – Sou um homem, nada de humano me é estranho. A imigração é sempre uma questão muito curiosa para mim. Principalmente nas Américas. Enquanto escrevo, fico pensando que simplesmente não existiria, como me conheço, se meus ancestrais tivessem sido detidos na alfândega. Essas foram outras vezes, no entanto. Naquela época, a Europa estava exportando suas pessoas indesejadas ou extras.
Por parte de mãe, eram cristãos-novos (ou, se preferir, judeus velhos batizados à força) que tiveram que deixar Portugal por volta do final do século XVIII e se estabeleceram no Nordeste do Brasil. Por parte de pai, meus bisavós, depois de escaparem de um incêndio criminoso em sua casa na França, e vendo tudo o que eles construíram virar cinzas, decidiram vir para esta terra promissora no hemisfério sul, e puderam ganhar a vida aqui.
Meu bisavô, Jean-Baptiste Lhullier, tornou-se o fotógrafo da cidade e até mudou o nome para Baptista, porque se sentia brasileiro.
A maioria dos imigrantes deixa sua terra natal porque quer viver melhor, ou viver. É simples assim. Em suma, pode ser uma questão de perspectiva se você gasta dinheiro e energia na construção de muros e cercas, para que as pessoas não venham arruinar seu lindo jardim (sabemos, como membros da raça humana, onde a misantropia pode nos levar para), ou em ajudar as comunidades, para que as pessoas não precisem deixá-las e possam cultivar suas próprias hortas. Apenas alguns pensamentos sobre onde estou neste mundo… http://bit.ly/yq8ai (publicado anteriormente no meu blog pessoal, Luciana´s ocean)
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